Diabetes

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Diabetes Mellitus é uma disfunção causada pela deficiência total ou parcial de produção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. Como conseqüência a glicose não é aproveitada adequadamente pelas células provocando sua elevação no sangue, ultrapassando as taxas normais ( 70 a 110 mg/dl ).

Para entender melhor o diabetes, é preciso conhecer a função da glicose e da insulina em nosso organismo. A glicose é quem gera energia para nosso organismo funcionar, mas isso só ocorre se houver insulina. Portanto a função da insulina é garantir a entrada de glicose nas células para a produção de energia.. Quando nos alimentamos, ingerimos vitaminas, proteínas, sais minerais e glicose (açúcar). Essa glicose é absorvida no intestino, entra na corrente sanguínea e com a ajuda da insulina, penetra nas células para produzir energia e assim garantir o funcionamento do organismo.

Existem algumas formas ou tipos de diabetes, sendo os mais conhecidos os do tipo 1 e do tipo 2, no entanto existem ainda outros tipos como o gestacional, o provocado pelo uso de medicamentos ou provocado por doenças do pâncreas (tumores, etc.).
O diabetes quando não diagnosticado ou se diagnosticado e não tratado adequadamente, passa a ser um grave problema de saúde pública devido as suas complicações.

*Tipos.

- Tipo 1.

É o tipo de diabetes onde ocorre destruição das células do pâncreas que produzem insulina. Seu aparecimento se dá de forma abrupta em crianças, adolescente e pessoas adultas. O início dos sintomas é súbito e sua evolução clinica é rápida, podendo levar ao coma hiperglicêmico em poucos dias.

É o chamado diabetes insulinodependente, pois requer o uso de insulina no seu tratamento. Representa aproximadamente 10% do total de quem têm diabetes.

- Tipo 2.

É o tipo de diabetes mais comum. Neste o pâncreas diminui a produção de insulina e/ou a insulina produzida não é bem usada pelo organismo. Ocorre geralmente em adultos após os 35 anos de idade. O inicio dos sintomas é lento e podem passar despercebidos por longos períodos, dificultando seu diagnóstico e o tratamento.

É o chamado diabetes insulino-não-dependente, na sua maioria tratado com comprimidos, embora possa também às vezes ser tratado com insulina. Representa 90% das pessoas que têm diabetes.

- O Diabetes Gestacional.

Geralmente surge em mulheres grávidas que não eram diabéticas, onde ocorreu alteração da tolerância a glicose em graus diversos diagnosticado durante a gestação. Geralmente, desaparece quando esta termina. Futuramente elas podem vir a desenvolver o diabetes tipo 2.

- Outros Tipos.

Específicos de diabetes podem vir a ocorrer, mas constituem situações raras de ocorrer e são causadas por: defeitos genéticos funcionais da célula Beta e na ação da insulina; doenças do pâncreas; endocrinopatias; induzidos por fármacos e agentes químicos; infecções: formas incomuns de diabetes imuno-mediado; outras síndromes genéticas associadas ao diabetes.

*O Diagnóstico.

A diabetes inicialmente é feito através dos sintomas descritos pelo paciente ao médico, depois pelo exame clinico e por fim são feitos exames laboratoriais para confirmação do diagnóstico. Quando já se possui histórico de diabetes na família se faz alguns exames de forma rotineira como meio de prevenir o aparecimento do diabetes.

Os exames sugeridos são: glicemia de jejum; inicialmente o primeiro exame realizado para verificar se um indivíduo é portador de diabetes, ou possui tendência a se tornar, é a glicemia de jejum. Os valores considerados normais, após jejum de oito horas são de 70 a 110 mg/dl. Valores acima de 125 mg/dl indicam uma suspeita de diabetes, exigindo a realização de exames mais específicos, dentre os quais a curva glicêmica (teste de tolerância a glicose). No entanto, valores 20 % acima de 125 mg/dl são suficientes para se afirmar que o individuo está diabético, dispensando a realização de qualquer outro exame.

*Glicemia Pós-Prandial.

O método mais simples e cômodo para avaliar se o individuo está diabético, principalmente do tipo 2, é dosar a glicemia 1, 2, 3 horas após uma refeição rica em carboidratos. Em pessoas normais a glicemia não deve ser superior a 160 mg/dl,, 120 mg/dl, 100 mg/ dl em 1,2, 3 horas respectivamente.

*Curva Glicêmica.

Este exame consiste em, após uma coleta de sangue em jejum, administra-se glicose por via oral ou glucagon de maneira subcutânea e repete a coleta de sangue 1, 2, 3 horas após, os resultados deste teste dependem do método de analise, mas continua sendo o melhor meio de diagnóstico do diabetes. Valores em jejum acima de 130 mg/dl e após 2 horas acima de 200 mg/dl confirmam o diagnóstico de diabetes mellitus.

*Tratamentos.

- Tipo 1.

Os portadores de diabetes tipo 1 têm que aplicar insulina diariamente o que envolve o uso de seringa e agulha, ou caneta de insulina, ou para aqueles que optarem isso também pode ser feito por meio do uso de uma bomba de insulina. A necessidade de insulina é diferente para cada diabético e somente pode ser prescrita pelo médico ou diabetólogo que vai adequar tipo de insulina, a dose a ser usada e horário de acordo com a idade do paciente, tipos físicos, alimentação, estilo de vida e tipo de atividade física.

*Insulina.

Existem vários tipos de insulina.

- Insulina Glargina.

A Glargina é um novo tipo de insulina com ação prolongada. É absorvida lentamente e de forma estável pelo organismo a partir do local de aplicação (daí ser conhecida também como insulina basal), o que permite uma única aplicação diária. Em alguns casos, no entanto, torna-se necessário o uso combinado com outros tipos de insulina.

Seu uso reduz o risco de hipoglicemias, pois não possui picos de ação. A tecnologia utilizada em sua produção é DNA recombinante, o que faz com que tenha a mesma segurança da insulina humana.

- Insulina Lenta.

Insulina de ação intermediária, sua ação é obtida por meio de substâncias que retardam sua absorção pelo organismo (daí a aparência leitosa de seu líquido). Os frascos devem ser agitados de forma suave, para que os cristais se espalhem de forma uniforme antes da aplicação. Deve ser combinada a outras insulinas de ação mais rápida, ampliando assim seu espectro de ação.

- Insulina Lispro ou Aspart (Ultra-rápida).

Insulinas de ação rápida e duração curta, tem aspecto límpido e transparente. Deve ser combinada a outras insulinas de ação mais lenta, auxiliando no controle do diabetes, na rotina diária. São indicadas para a cobertura das refeições.

- Insulina NPH.

Insulina de ação intermediária se parece com a insulina lenta. A adição de substâncias que retardam sua absorção pelo organismo é responsável pela sua aparência leitosa. Os frascos devem ser agitados de forma suave, para que os cristais se espalhem de forma uniforme antes da aplicação. Diferente do que acontece com a Insulina Glargina, sua ação não é homogênea e nem previsível.

-Insulina Regular.

Insulina de ação rápida e duração curta, é geralmente usada em situações de emergência, como crises de cetoacidose, coma ou cirurgias ou mesmo quando o teste de glicemia se encontra alterado. Tem aspecto transparente, semelhante à água potável.è usada para complementar o uso de outras com ação mais lenta.

Insulina Ultra Lenta.

Insulina de ação longa, costuma ser indicada para uso noturno tendo seu uso complementado por insulinas de ação rápida durante o dia. De aspecto leitoso, seus frascos devem ser agitados de forma suave, para que os cristais se espalhem de forma uniforme antes da aplicação.

- Tipo 2.

Os pacientes portadores de diabetes tipo 2 geralmente fazem o tratamento medicamentoso quando necessário, utilizando hipoglicemiantes orais. Esses medicamentos podem agir aumentando a secreção de insulina ou melhorando a ação da insulina e a dose desses medicamentos deve ser prescrita pelo médico, pois é individual.

Alguns diabéticos do tipo 2 em fase inicial conseguem manter seu diabetes sob controle apenas seguindo dieta rigorosa, assim como outros que já desenvolveram complicações necessitam utilizar insulina,ou nos casos em que o tratamento não está sendo eficaz em atingir os objetivos de glicemia adequada.

*Comprimidos.

Os comprimidos utilizados para o controle do diabetes tipo 2 se classificam em:

- Sulfoniluréias: que estimulam a produção de insulina;
- Clopropamida;
- Diabinese;
- Glibenclamida;
- Daonil;
- Euglucon;
- Glibenclamida (genérica);
- Glipizida;
- Minidiab;
- Biguanidas:
que melhoram a resistência a insulina;
- Metformina;
- Glifage;
- Glucoformim;
- Dimefor;
- Metformina (genérica);
- Inibidores da Alfa-glicosidase:
que diminuem a absorção de carboidratos;
- Acarbose;
- Glucobay;
- Metiglinidas:
que estimulam a secreção pancreática de insulina;
-Repaglinida;
- Novonorm;
- Prandim;
- Gluconorm;
- Nateglinida;
- Starlix;
- Glitazonas:
que aumentam a sensibilidade à insulina no tecido muscular;
- Rosiglitazona;
- Avandi;
- Pioglitazona;
- Actus;


*Obs.: Lembre-se que somente o médico pode prescrever remédios, a automedicação é um grande risco à sua saúde e pode levar a morte. No caso do diabetes tipo 2, mesmo que o individuo possua antecedentes familiares, a hereditariedade é um fator muito importante e mesmo sendo portador de uma carga genética, é possível evitar ou retardar o aparecimento do diabetes desde que se mantenha o peso, pratique atividades físicas, evitando o sedentarismo, e evite a obesidade, que é preocupante por ser um dos fatores desencadeantes deste tipo de diabete.

A obesidade aumenta a exigência sobre seu pâncreas e a perda de peso no caso de indivíduo obeso ou a manutenção do peso acabará por minimizar essa sobrecarga de trabalho ao órgão. O ser humano durante o processo de envelhecimento, tem normalmente uma diminuição da função pancreática / endócrina. Por isso até pouco tempo era comum ouvir coisas do tipo : diabetes é doença de velho. Isso não é verdade, pois provavelmente neste individuo já existia uma tendência, mas que com o passar dos anos acrescida do processo natural de envelhecimento fez com que o diabetes se se manifesta.

Claro que se esses indivíduo tivesse abusado, tivesse ficado obeso, levasse uma vida sedentária ou praticasse grandes transtornos alimentares, provavelmente teria antecipado em anos o aparecimento do diabetes. É muito importante que indivíduos que possuam antecedentes familiares de diabetes tomem cuidado e mesmo não apresentando sintomas, pois no caso do diabetes tipo 2 eles muitas vezes passam despercebidos, façam exames de rotina e, observando qualquer alteração procurem o médico.

Fatores de Risco para Diabetes.

Idade acima de 45 anos; história familiar de diabetes, doença cardiovascular, hipertensão, obesidade, microalbuminúrica (presença de proteína na urina), níveis de colesterol HDL £35mg/dl ou triglicerídeos ³ 250mg/dl, portadores de glicemia de jejum alterada (entre 110 e 126mg/dl) ou após 2h (entre 140 e 200mg/dl) no GTT oral, mulheres com ovários policísticos, que apresentaram diabetes na gravidez, ou que tenham tido filhos com peso acima de 4 kg ao nascimento, uso de drogas que podem elevar a glicemia (corticosteróides, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores), pessoas que possuem estes fatores de risco devem procurar o médico e realizar periodicamente exames de glicemia.s

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